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Caso Humberto de Campos

 “ No início do ano, Chico Xavier abriu um envelope enviado pela Oitava Vara Cível do Rio de Janeiro e levou um susto. A viúva e os três filhos de Humberto de Campos moviam um processo contra ele e a Federação Espírita Brasileira. Como titulares dos direitos autorais da obra do escritor, exigiam explicações. As livrarias espíritas expunham nas prateleiras cinco obras "ditadas pelo espírito de Humberto de Campos a Francisco Cândido Xavier", duas delas já em terceira edição sem que ninguém, até aquele momento, tivesse se dignado a conversar sobre dinheiro com eles. A situação da viúva, Catarina Vergolino, era incômoda: não podia assistir quieta à publicação de livros assinados pelo marido, pois ainda mantinha contrato com a editora da obra produzida por ele em vida, a W. M. Jackson. Diante de seu silêncio, os editores poderiam até pensar que ela lucrasse com os títulos póstumos de Humberto de Campos. Após expor os motivos para o processo, a herdeira do escritor lançou ao tribunal uma questão delicada.

As cinco obras atribuídas ao espírito do escritor foram mesmo ditadas pelo morto? Catarina era exigente. Pedia "todas as provas científicas possíveis", exigia demonstrações mediúnicas para "verificação da sobrevivência e operosidade" do espírito de Humberto de Campos, propunha exames gráficos e estilísticos dos textos escritos por Chico Xavier e requisitava depoimentos dos envolvidos, além de provas testemunhais. Chico ficou em pânico: não poderia convocar espíritos para depor. A notícia do processo correu por Pedro Leopoldo e desandou em boato: Chico estaria prestes a ser preso. O rapaz teve vontade de correr para o mato e de se esconder atrás da primeira moita. Tremia só de imaginar a cadeia, a humilhação, o escândalo. Rezou, rezou e viu, mais uma vez, Emmanuel. Diante da aparição, iniciou o interrogatório. Serei preso aqui, em Belo Horizonte ou no Rio? Se for aqui, talvez sofra menos, porque sou conhecido, mas se for no Rio... O recém-chegado não conseguiu disfarçar o riso nem evitar as velhas metáforas. Meu filho, você é planta muito fraca para suportar a força das ventanias. Tem ainda muito que lutar para um dia merecer ser preso e morrer pelo Cristo. O processo prometia. Se o juiz renegasse a autenticidade dos textos, Chico e o presidente da Federação Espírita Brasileira estariam sujeitos a pagar indenização por perdas e danos e a ser presos por falsidade ideológica. Se o "meritíssimo" reconhecesse os livros como obras do além, atestaria a existência de vida após a morte e teria de decidir se os direitos autorais deveriam, ou não, ser repassados aos herdeiros do morto-vivo. A Federação Espírita Brasileira pediu socorro ao advogado Miguel Timponi. A defesa contestou todos os pedidos da acusação. O argumento básico era simples: não era função do Poder Judiciário declarar, por sentença, se uma obra literária foi escrita ou não por um morto. Um veredicto, contra ou a favor do réu, iria ferir a liberdade religiosa garantida na Constituição. Resumindo: "O petitório é ilícito e juridicamente impossível"

Apesar de negar a validade do processo, o advogado aproveitou a deixa de Catarina para defender espíritos e espíritas. Como testemunha em favor dos réus, ele "convocou" ninguém menos do que Humberto de Campos (espírito).O "ex-imortal" parecia ter previsto as futuras complicações jurídicas sete anos antes, quando ditou a Chico Xavier o prefácio de seu primeiro livro espírita, Crônicas de Além-Túmulo. No texto, ele comemorava o fato de estar livre dos contratos com sua editora e festejava os privilégios de escritor-fantasma: "Enquanto aí consumia o fosfato do cérebro para acudir aos imperativos do estômago, posso agora dar o volume sem retribuição monetária". Até os réus Chico Xavier e Federação Espírita Brasileira mereceram elogios. Os dois, segundo Humberto, eram exemplos de honestidade, generosidade e dedicação à assistência social. O dinheiro arrecadado com o livro seria bem usado. Timponi não só desencadeou este texto como colocou diante dos olhos do juiz um inédito escrito por Chico Xavier e assinado por Humberto de Campos em meio à pendenga judicial. O escritor dava mostras de cansaço no artigo de 15 de julho. Parecia magoado com os filhos: Eles não precisavam movimentar o exército dos parágrafos e atormentar o cérebro dos juízes. Que é semelhante reclamação para quem já lhes deu a vida da sua vida? Que é um nome, simples ajuntamento de sílabas sem maior significação? Em momento algum citava a viúva. A imprensa abriu espaço para a polêmica. Chico Xavier voltou às páginas dos grandes jornais com estardalhaço ao lado de notícias sobre a Segunda Guerra Mundial. As bombas caíam sobre a Europa e sua mediunidade era vasculhada mais uma vez pelos jornalistas. O escritor Mário Donato assinou um texto nada imparcial em O Estado de S. Paulo, no dia 12 de agosto de 1944. Não tinha dúvidas: "Ou se aceita Humberto subsistindo no outro mundo ou se aceita Chico Xavier valendo por um Humberto e mais meia dúzia de cérebros arquiprivilegiados". A mãe de Humberto de Campos, Anna Veras, tomou partido do réu em entrevista a O Globo: Li emocionada o livro Crônicas de Além-Túmulo e verifiquei que o estilo é o mesmo de Humberto. Se os juizes decidirem que a obra não é dele, mas de Chico, acho que os intelectuais patriotas fariam ato de justiça se aceitassem Francisco Xavier na Academia Brasileira de Letras. Um acadêmico, o crítico Raimundo Magalhães Júnior, entrou na roda em A Noite. De olho nos poemas de Parnaso de Além- Túmulo, deu o veredicto: "Se Chico Xavier é um embusteiro, é um embusteiro de talento. Para um homem que fez apenas o curso primário, sua riqueza vocabular é surpreendente". O cronista Edmundo Lins também se debruçou sobre o livro de poemas para julgar a capacidade de Chico escrever ou não textos ditados pelo espírito de Humberto de Campos. Em artigo em O Globo, ele confessou-se impressionado com os poemas atribuídos a Belmiro Braga. O poeta de Juiz de Fora passou a vida escrevendo quadrinhas, trovas de sabor popular, e ressuscitou no Parnaso de Além-Túmulo como autor de sextilhas, sem perder o tom lírico e satírico, singelo e espontâneo. Se Chico quisesse imitá-lo, por que não adotou a forma habitual do poeta? Foi necessário um escândalo jurídico para a crítica literária analisar com rigor a obra de Chico Xavier. O escritor e historiador Garcia Júnior também arriscou palpites em artigo no jornal Correio da Noite. Após ler os vários livros assinados pelo datilógrafo de Pedro Leopoldo, garantiu que, se o rapaz fosse mesmo capaz de criar aqueles textos, não precisaria ser um modesto funcionário da Secretaria de Agricultura de Minas Gerais:

Bastaria que Chico Xavier viesse aqui para o Rio, mudasse o seu indumento de pobre para uns bons ternos de cavalheiro abastado e entrasse a freqüentar as rodas intelectuais. Com talento para produzir o que já lhe passou pelo lápis, psicograficamente, ele hoje poderia ufanar-se de ser um dos maiores escritores do Brasil... Amigos de Chico se empolgaram. Alguns perguntavam ao datilógrafo da Fazenda Modelo se ele aceitaria uma vaga na Academia Brasileira de Letras. Chico levava na brincadeira. Já admitem cavalos por lá? Estava bem mais descontraído. Nem desconfiava do próximo capítulo. Os críticos esmiuçavam os poemas e as crônicas escritos por Chico Xavier, e o juiz estudava o processo Humberto de Campos, quando a dupla David NasserJean Manzon desembarcou em Pedro Leopoldo. O repórter e o fotógrafo mais ousados e mais temidos da revista O Cruzeiro chegaram à cidade dispostos a "desvendar o homem Chico Xavier". Missão quase impossível: a privacidade do autor do Parnaso de AlémTúmulo era preservada por um círculo fechado de amigos. Durante o processo na justiça, a vigilância tinha sido redobrada. Fotos, por exemplo, só eram permitidas em sessões públicas no centro espírita. O desafio era um estímulo. Nasser e Manzon iriam romper o cerco. Mas começaram mal: foram direto para a Fazenda Modelo e deram de cara com Rômulo Joviano. O pedido da entrevista foi negado com um não inflexível. Chico está exausto e precisa descansar. Jean Manzon, sempre irônico, sugeriu ao patrão do rapaz umas férias para seu empregado. Como troco, recebeu mais uma resposta atravessada: O Chico funcionário nada tem a ver com o outro Chico. Se quisessem mesmo fazer a entrevista, os jornalistas do Rio teriam de esperar até a sessão pública da sexta-feira seguinte. Era sábado. A dupla tinha mais o que fazer. Não podia ficar plantada na cidade mineira uma semana à espera do matuto. Aqueles caipiras não sabiam com quem estavam lidando. Nasser e Manzon mereciam respeito. Saíram do Rio a bordo do avião do próprio Assis Chateaubriand, dono do império dos 96 Diários Associados, foram recepcionados em Belo Horizonte por Juscelino Kubitschek e engoliram poeira uma hora e meia seguida na viagem de carro de Belo Horizonte até ali. Ou seja: a hipótese de voltar à redação da revista com as mãos abanando era inadmissível. Para liquidar o assunto de vez, David Nasser, Jean Manzon e o piloto do avião de Chateaubriand, Henrique Natividade, bolaram um plano infalível. Nasser e Manzon se apresentariam como repórteres americanos e Natividade faria o papel de intérprete da dupla. Chico ficaria seduzido pela idéia de ser notícia internacional e se sentiria mais à vontade diante dos estrangeiros. Afinal de contas, a reportagem seria lida longe dali, longe do Rio. Havia um porém: Rômulo Joviano. O engenheiro conhecia a identidade deles e podia desmascarar o trio a qualquer momento. Precisavam concluir o serviço antes da chegada do patrão de Chico. Mas, mesmo sendo rápidos, eles ainda corriam perigo. E se Rômulo telefonasse para alertar o empregado? Nasser, Manzon e Natividade tomaram a decisão: cortariam o fio do telefone do entrevistado. Dito e feito. O truque deu certo. Chico escancarou as portas de casa para os "estrangeiros" e posou para fotos então inéditas na imprensa. Jean Manzon fez a festa. Uma das fotografias estampadas em O Cruzeiro, a revista de maior circulação no país da época, exibia o representante do ilustre e saudoso Humberto de Campos sentado numa banheira, com a mão esquerda sobre a testa, como se estivesse em transe mediúnico. Só faltava estar nu. A imagem se espalhou por meia página da publicação no dia 12 de agosto, onze dias antes da sentença do juiz. A legenda era espalhafatosa: Sensacional flagrante de Chico na banheira. Ele procurava as almas, quando Jean Manzon o surpreendeu. obtendo um impressionante documento para o próximo julgamento. Os adversários do espiritismo afirmam que é uma prova de farsa. Os espíritas, que é outra prova: o espírito desce seja onde for. Outro "flagrante" exibia Chico deitado em sua cama estreita, com um livro aberto nas mãos. A legenda: "Ele lê e muito. Dizia-se Humberto de Campos, o escândalo que Chico é um ignorante, analfabeto, pouco amante das belas- letras. Pura invenção. Chico lê tanto que um dos seus olhos foi atingido por cruel catarata inoperável. Mesmo assim continua lendo". O rapaz também se expôs diante da escrivaninha, com lápis em punho, em meio a um amontoado de livros, O texto abaixo da foto era comprometedor para quem estava sob suspeita de imitar o estilo alheio: Outra peça de notável valor documental é esta: a biblioteca de Chico, onde encontramos livros de muitos autores, escritos na vida de seus criadores. Esses mesmos cavalheiros transmitem, segundo Chico, novas e diárias mensagens. Chico, na gravura, aparece copiando trechos de livros que mais lhe agradam. As frases abaixo de um rapaz de olhos fechados aumentavam o mistério: Nos momentos de transe, os seus olhos se fecham ou se tornam nublados, como os de um morto. Dizem os adeptos de Kardec que a alma chegou. Dizem os céticos que é um caso médico. De qualquer forma, é impressionante ver aquele homem de pupilas brancas. Que dirão osjuízes? O texto de David Nasser, intitulado "Chico, Detetive do Além", era bem menos contundente do que as imagens e legendas. Logo no início, ele tratava de quebrar as expectativas do leitor: O senhor, leitor amigo, chegará ao fim destas linhas sem obter a resposta que há tanto tempo procura: "É Chico Xavier um impostor ou não é?" E dirá: "Dei 1.500 por esta revista e não consegui desvendar o mistério?" Sim, o mistério continuará por muito tempo. Após definir seu objetivo, mostrar o homem Chico, ele cobriu o rapaz de adjetivos: adorável, cândido, maneiroso, humilde, um anjo de criatura. Estranho. Tantos elogios esbarravam em contradições 98 apontadas no escritor do outro mundo. Na reportagem, um amigo de Chico, vindo do Rio, definia o mineiro como "um rapaz de cultura", capaz de ler um pouco de inglês e francês, e revelava: "Devora os livros com fúria. Trouxe-lhe, há dias, O Homem, Esse Desconhecido, e ele não gastou mais de quatro horas e meia para ler o volume gordo". Parágrafos depois, aparecia o diálogo entre o jornalista "estrangeiro" e Chico: Chico, você lê muito? Não. Só revistas e jornais. O outro me disse... Disse o quê? Nada. Natividade "traduzia" as perguntas escorregadias do "americano". Você não pensa em se casar, Chico? Eu, casar? Claro que não. Não namora? Nunca. Por quê? Não há razões, não gosto, tenho outras preocupações. O trio vasculhou os três quartos, a sala, a cozinha, a intimidade de Chico. Visitou o banheiro do lado de fora, no quintal, ao lado do galinheiro, e tratou de expor ao máximo o réu do processo movido pela família de Humberto de Campos. Chico aproveitou a presença dos "estrangeiros" para desabafar. O pior, hoje em dia, é a onda de gente que vem do Rio, de São Paulo, de todos os estados. Não posso deixar de recebê-los, pois fico pensando que vieram de longe e necessitam de meu consolo. Mas isto toma tempo. Como se não bastassem essas preocupações, o telefone interurbano não pára dia e noite. "Chico, o Rio está chamando... Chico, Belo Horizonte está chamando... Chico, Cachoeira está chamando." Evito atender, mesmo constrangido. Meu Deus... Eu não quero nada, senão a paz dos tempos antigos, o silêncio de outrora. Quero ser de novo aquele Chico sossegado e tranqüilo que apenas se preocupava com as coisas simples... Após uma hora e meia de entrevista, Jean Manzon, David Nasser e o "intérprete" se despediram do entrevistado. Enganaram o "idiota" e ainda ganharam livros de presente. Jogaram os exemplares na mala e saíram às pressas, eufóricos. No dia seguinte, estavam no Rio. A reportagem foi publicada no dia 12 de agosto com uma lacuna estranha. Ela não mencionou como os jornalistas conseguiram passar o vidente para trás. Nasser jogou fora a chance de lançar a dúvida: Se Chico tem um guia e tem acesso aos espíritos, como foi enganado tão facilmente? Chico leu o texto e ficou apavorado, O juiz não teria dúvidas. O rapaz já imaginava o veredicto: todos os indícios levam a crer que Francisco Cândido Xavier imitou o estilo de Humberto de Campos. Culpado. Sacudia-se, em meio à violenta crise de choro, quando Emmanuel voltou. Estava inspirado: Chico, você tem que agradecer. Jesus foi para a cruz e você foi só para O Cruzeiro. O réu não conseguiu achar graça. Por que Emmanuel não evitou aquele vexame? Por que não desmascarou a fraude e revelou a identidade dos jornalistas? Só trinta anos depois, uma reportagem publicada por O Dia, em 28 de abril, e assinada por João Antero de Carvalho, revelaria, em detalhes, os bastidores daquela saga de David Nasser e Jean Manzon. A confissão foi feita por um Nasser arrependido, o mesmo capaz de definir Chico Xavier como "o maior remorso da minha vida". O repórter voltou no tempo e reconstituiu a noite em que passava para o papel seu furo jornalístico, dois dias depois do encontro com Chico Xavier. Já era madrugada, quando ele foi interrompido por um telefonema de Jean Manzon. O fotógrafo parecia nervoso. David, você trouxe aquele livro que o homem nos ofereceu? Claro que sim. 100 -- Pois bem, abra-o na primeira página e leia a dedicatória. Nasser largou o telefone fora do gancho e, curioso, correu à procura de seu exemplar. Levou um susto ao deparar com a frase: Ao irmão David Nasser, oferece Emmanuel". Que negócio é esse, Manzon, alguém revelou nossa identidade? O fotógrafo e o motorista também foram pegos de surpresa. Diante do mistério, os três fizeram um pacto de silêncio. A reportagem saiu sem aquele episódio. Segundo Nasser, a verdade, em jornalismo, era menos importante do que a verossimilhança. Onze dias após a publicação da reportagem em O Cruzeiro, o juiz João Frederico Mourão Russel bateu o martelo: Nossa legislação protege a propriedade intelectual, em favor dos herdeiros, até certo limite de tempo após a morte, mas o que considera, para esse fim, como propriedade intelectual, são as obras produzidas pelo de cujus em vida. A viúva de Humberto de Campos bateu o pé. Ao recorrer, ela esqueceu daquela história de pedir a opinião do juiz sobre a autenticidade das mensagens atribuídas ao marido e decidiu ela mesma fazer o seu julgamento. Após ter examinado de perto, com a colaboração dos filhos, as "produções ditas psicografadas, a fim de lhes aferir o valor literário", ela chegou a uma conclusão definitiva: O resultado foi o mais lastimável possível. A obra é profundamente inferior. E não só está eivada de imperdoáveis vícios de linguagem e profundo mau gosto literário, como é paupérrima de imaginação e desprovida de qualquer originalidade. Além disso, o que é aproveitável não passa de grosseiro plágio, não só de idéias existentes na obra publicada em vida do escritor, como de trechos inteiros, o que é de fácil verificação. O advogado de Chico Xavier e da Federação Espírita Brasileira estranhou a segurança de Catarina Vergolino dos Campos. Se era tão patente assim o valor profundamente inferior da obra psicografada, por que a viúva, diante de mistificação tão grosseira, pediu ao juiz um exame minucioso para declarar, em sentença, a autenticidade ou falsidade da obra atribuída ao espírito de Humberto de Campos? Por que intelectuais tão importantes do Rio apoiaram o autor do Parnaso? A defesa terminava com um apelo: Basta de dissensões, litígios e desarmonias. Basta de sofrimentos e horrores. O mundo geme ainda sob os destroços e as ruínas de uma guerra gigantesca. A humanidade, angustiada, anseia pela pacificação dos espíritos, farta de tantos desequilíbrios e de tantas injustiças. Que, no Brasil, cada cidadão, tranqüilo e seguro no aconchego de seu lar, possa adorar a Deus a seu modo, segundo a sua fé e a sua crença. No dia 3 de novembro, a sentença do juiz João Frederico Mourão Russel foi confirmada no Tribunal de Apelação do antigo Distrito Federal: os direitos da pessoa acabam após a morte. No ano seguinte, Humberto de Campos estaria de volta são em salvo. Mas seu novo livro, Lázaro Redivivo, exibiria na capa um pseudônimo: Irmão X. Humberto de Campos Filho, 33 anos depois, encontrou-se com Chico Xavier, lhe deu um abraço forte pelos cinqüenta anos de trabalho e chorou. Tive vontade de dizer como Gorki diante de Tolstoi:

"Veja que homem maravilhoso existe na Terra".

                               (Do livro As Vidas de Chico Xavier – Marcel Souto Maior – pgs 91 a 101)

Amad@s, Chico Xavier sempre foi incansável em suas atitudes que nos presenteiam com seguros roteiros para a nossa reforma íntima. Temos neste caso “Humberto de Campos” uma série de reflexões a partir da observação de nosso amado Chico. Que grandeza de alma!

E nós podemos seguir os nossos passos, norteados por estes exemplos e por  Jesus, nosso amado mestre.

Que possamos encontrar campos de paz...

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